Costa do Marfim revisa preço de castanha

Diante de uma situação econômica global desfavorável, e enquanto o setor da cajucultura local ainda não não desenvolveu a capacidade de processamento de sua matéria prima, a cajucultura da Costa do Marfim (área verde no mapa) está enfrentando uma crise sem precedentes. Numa tentativa de contê-la, o governo daquele país decidiu, no último dia 6/2, reduzir o preço pago ao produtor pelo quilo da castanha em 25%.

A safra de castanha de caju de 2019, que oficialmente começa no dia 15 de fevereiro, mostra uma queda no preço pago ao produtor de 500 FCFA/ kg (R$ 3,21), em 2018, para 375 FCFA / kg (R$ 2,41), na atual safra, o que representa um decréscimo de 25%. O declínio dos preços para o produtor marfinense leva em conta a atual situação internacional, na qual a castanha vem sendo negociada no máximo a US$ 1 por quilo.

A safra passada foi recheada de muitas dificuldades para os produtores, que não conseguiram vender toda a produção, devido à falta de compradores, especialmente por conta da pesada tributação na Costa do Marfim, combinada com a queda acentuada dos preços mundiais. Ao mesmo tempo, o nível de produção na Costa do Marfim atingiu 761.331 toneladas em 2018, em comparação com 711.236 toneladas em 2017. Consequência imediata: uma queda no valor das exportações, que atingiu 404 bilhões de francos CFA em 2018, em comparação com 509 bilhões de CFA em 2017.

Dependência da exportação de castanha in natura

Além disso, a Costa do Marfim continua dependente das exportações de castanha in natura, com 642.648 toneladas exportadas, apesar do estabelecimento de 24 unidades industriais no país.

Segundo o governo marfinense, "o processamento local aumentou em 50%, com 66.000 toneladas. Mas ainda está longe dos objetivos do governo de atingir uma taxa de processamento de pelo menos 50% da produção ".

Durante safra anteriores, o governo introduziu incentivos para o processamento local, incluindo um subsídio de 400 CFA / kg para a indústria. Mas esses dispositivos não impedem que os processadores prefiram exportar para a Índia ou para o Vietnã, onde os custos de produção são mais baixos do que na Costa do Marfim.revisa preço de castanha

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