Cajucultura africana amarga os efeitos do Covid-19


O fechamento dos mercados asiáticos, motivado pelo Covid-19, está exercendo um efeito devastador nos principais meios de subsistência dos países africanos, como é o caso da produção de castanha em Gana (África ocidental). No início deste ano, o preço no mercado local da castanha de caju in natura era de cerca de 6 GHC por quilo (R$ 5,32/kg), sendo agora fixado em GHC1,50 (R$ 1,33/kg), uma queda drástica de 75%. Muitos pequenos agricultores estão lutando para honrar os empréstimos que contrataram para investir em suas áreas de produção.

As grandes empresas compradoras de castanha suspenderam a compra de castanha da nova safra, mesmo ao preço mais baixo de 1,5 GHC por quilo (R$ 1,33), fazendo com que muitos produtores prefiram deixar a castanha apodrecendo no campo.

O presidente da União Cooperativa de Produtores e Comercializadores de Caju da Cooperativa Municipal de Kintampo, Emmanuel Banyoo, disse que a situação é de "partir o coração". 'É um momento muito difícil para os agricultores e outros participantes da cadeia de valor.”  Banyoo pediu apoio para os produtores de caju neste momento crítico: 'Nossos cajucultores estão em crise e este é o momento em que precisam de mais nosso apoio; instituições financeiras e investidores individuais devem encontrar uma maneira de comprar a produção e armazenar enquanto esperam que a pandemia se normalize em todo o mundo'.

A Secretária da Associação Nacional de Produtores de Caju do Gana, Clement Anane, disse que, embora o setor do caju tenha seus próprios desafios, a pandemia de coronavírus exacerbou as questões lamentando que “o saco de 100 kg de castanha de caju in natura caiu de GH ¢ 700 (R$ 621,12) para GH ¢ ¢ 350 (R$ 310,56); forçando os produtores a venderem a castanha a um preço sem lucro ".
(*) A moeda de Gana é o Cedi Ganês (GHC)

Comentários