Enxofre no controle do oídio

Foto: Luiz Serrano/Embrapa

O oídio do cajueiro pode ser controlado com a aplicação de enxofre – um produto inócuo à saúde humana e ao meio ambiente e apropriado para cultivos orgânicos. Cientistas da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) observaram que o enxofre é capaz de controlar a doença, reduzindo a incidência a menos de 10% nos pomares acometidos.

Muito agressivo, o oídio ataca os tecidos jovens da planta, as inflorescências, pedúnculos e castanhas (foto acima). Provoca o abortamento das flores e deformações, rachaduras e varíolas nos pedúnculos e frutos. O ataque provoca prejuízos tanto ao mercado de castanha quanto ao de caju de mesa. Um sintoma comum é a variegação (presença de zonas com alteração de cor) no pedúnculo. Esse dano é observado em quase todos os clones comerciais acometidos e provoca redução do preço como fruta de mesa, um importante nicho de mercado do agronegócio do caju.

O pesquisador Emilson Cardoso explica que além do enxofre elementar, que pode ser polvilhado nos pomares, os produtores têm à disposição um produto industrializado à base de enxofre com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A recomendação é para que os produtores façam três aplicações semanais com o produto logo na primeira florada dos cajueiros.

Emilson Cardoso acrescenta que o enxofre elementar é um produto natural e acessível, mas que apresenta a desvantagem de necessitar de um equipamento específico para polvilhamento. Por este motivo, os produtores obtiveram em 2015, a partir de recomendação da Embrapa, o registro no Mapa de produto à base de enxofre. O defensivo agrícola liberado é solúvel em água e pode ser aplicado com equipamentos de pulverização facilmente encontrados nas propriedades, o que facilita o controle.

O Pseudoidium anacardii, fungo que provoca a doença, apresenta disseminação explosiva, germinando em poucas horas. O patógeno pode ser facilmente disseminado por vento ou insetos. "Não depende muito de chuva para germinar, bastam poucas horas de orvalho, o que é comum mesmo nos sertões. Uma vez germinado, penetra facilmente nos tecidos jovens", detalha Cardoso (Verônica Freire/MTb 01225/JP/Embrapa Agroindústria Tropical).


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