Vietnã aposta em novas variedades para aumentar produção

Dependendo em grande parte da importação de castanha de outros países para "rodar" as suas indústrias de processamento, de modo a garantir matéria-prima suficiente para o desenvolvimento sustentável do setor, o Vietnã busca caminhos para reestruturar a sua área de produção e o processamento. 

Novas variedades
Na área de produção, os especialistas estão recomendando que as regiões produtoras de caju com árvores com mais de 20 anos substituam sejam substituídas por novas variedades mais produtivas e resistentes a pragas. O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nguyễn Xuân Cường, afirma que a reestruturação do setor do caju deve ser realizada de forma abrangente, tendo como meta elevar a produtividade em 50%. Além disso, o processo de produção deve ser desenvolvido seguindo padrões orgânicos.

Para aumentar a produtividade do caju, Nguyễn Thanh Phương, vice-diretor do Instituto de Ciências Agrícolas da Central Costeira do Sul de Vietnã (ASISOV), assegura que o país dispõe de variedades de cajueiro testadas e de alta produtividade. Algumas dessas variedades, após cinco anos de plantio, em áreas comerciais, produziram mais de 1,5 toneladas de castanha por hectare, segundo Phong.

Parceria com o Camboja
A Associação de Cajucultura do Vietnã (Vinacas), em parceria com o vizinho Camboja, iniciou um projeto para o plantio de uma área de 500.000 hectares de cajueiros a ser desenvolvida por uma empresa vietnamita. Quando em plena produção, esta área deverá fornecer um milhão de toneladas de castanha para empresas vietnamitas anualmente.

Capacidade de processamento
Além disso, o setor também se concentra no processamento intensivo e na agregação de valor, com a criação de uma marca internacional para fins de exportação. As empresas de processamento de castanha já estabeleceram uma cadeia de produção em associação com as autoridades locais e produtores de caju sob um modelo cooperativo. Isso vem proporcionando estabilidade a todas as partes para desenvolver os mercados interno e de exportação.

Segundo o Ministério da Agricultura do Vietnã, a capacidade de processamento da indústria local é de 1,8 milhão de toneladas de castanha por ano. A oferta interna de castanha para o processamento não é suficiente, o que leva os processadores a importarem castanha dos países africanos. No entanto, alguns países africanos começam a processar suas próprias castanhas, a fim de agregar valor à sua produção. Atualmente estima-se que a indústria do Vietnã importe 70% da castanha que processa. O país possui 480 usinas de processamento de castanha e 20% delas possuem cadeias de processamento intensivas.

Exportação
De acordo com o Ministério da Indústria e Comércio, até 15 de outubro deste ano, as exportações de amêndoa de caju alcançaram 286 mil toneladas, faturando US $ 2,7 bilhões, um aumento de 4,8% em volume, mas queda de 1,8% em relação ao ano anterior. O declínio no valor deveu-se em parte a uma queda de 5,8% nos preços médios de exportação nos primeiros nove meses, para US $ 8.611 por tonelada. Os principais compradores são os mercados dos EUA, China, Holanda, Alemanha e Canadá.

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