Por que não uma Aliança Brasileira do Caju?

No grande evento internacional reunindo os grandes produtores de castanha de caju que ocorreu em Abidjan, Costa do Marfim, há cerca de duas semanas, dois assuntos predominaram: a queda acentuada de preços e o baixo nível de processamento nos países africanos. 

A África responde atualmente por mais da metade da colheita mundial de castanha (cerca de 1,8 milhão de toneladas), mas só processa localmente 10% de sua produção. A América do Sul (Brasil), e especialmente a Ásia, processam não apenas sua produção, mas também importam castanha, que podem então reexportar.

Apesar do crescimento da produção africana ao longo dos anos, a transformação e o valor agregado dessa cultura ainda não atingiu o potencial esperado, apesar da castanha de caju ter se tornado uma importante fonte de renda para as comunidades rurais africanas, contribuindo para o desenvolvimento econômico de várias regiões.

Estudos realizados em alguns países africanos mostram que o processamento local pode adicionar um valor médio de US$ 650 por tonelada de castanha, além de criar empregos e renda, especialmente para jovens e mulheres.

Para enfrentar estes e outros desafios da cadeia produtiva do caju, o Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Guiné, Gana, Mali, Togo e Senegal se uniram em torno da African Cashew Alliance (Aliança Africana do Caju), com sede em Acra (Gana). Juntos, esses países produziram 1.612 milhões de toneladas de castanha em 2017.

Guardadas as devidas proporções, por que não podemos pensar em algo como uma Aliança Brasileira do Caju?

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