Crise na cajucultura da Índia (parte 2): Choque grosseiro

A Índia começou a importar castanha de caju in natura nos anos 60 para atender às crescentes demandas de processamento. A produção indiana de castanha em 20 anos - entre 1995 e 2015 - cresceu a uma taxa de de 3,1%, enquanto a demanda doméstica 5,3%, segundo o Conselho de Promoção de Exportação de Caju da Índia (CEPCI). Para preencher a lacuna, a Índia importa de mais de 15 países africanos e asiáticos. 

O problema começou em 2006, quando o CEPCI introduziu um imposto de importação de 9,4% sobre a castanha in natura. Intensificou-se em 2016 quando o preço da castanha in natura aumentou de US$ 800 para US$ 1.800 por tonelada no mercado internacional, principalmente devido ao crescimento das indústrias de processamento de castanha no Vietnã e na China, que são mais mecanizadas e eficientes do que as da Índia. 
A importação indiana de castanha in natura caiu de 0,96 milhões de toneladas em 2015-16 para 0,65 milhões de toneladas em 2017-18. Esse também é o tempo em que os processadores dizem que teve início a inadimplência dos empréstimos bancários que agora ameaçam sua existência. 
O orçamento da União deste ano reviu o imposto de importação para 2,5%.

Enquanto isso, o programa de cultivo doméstico do cajueiro falhou devido à políticas governamentais hostis. Por exemplo, na década de 1970, o estado começou a implementar a Lei de Reforma Agrária de Kerala, que estabeleceu um teto de 6 hectares sobre a propriedade individual da terra, mas isentou as plantações. Isso levou muitos a converter suas terras em plantações. Uma vez que foi acordado que o cajueiro tem um status de plantação, isto favoreceu os agricultores. 
De acordo com a CEPCI, a área cultivada com cajueiro na Índia permaneceu estagnada em cerca de 1 milhão de hectares na última década. Os processadores de castanha também alegam que o governo tem negligenciado o caju ao longo dos anos e promovido outras culturas econômicas, como a borracha.



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