O clamor da cajucultura cearense


(Transcrevemos abaixo artigo de Paulo de Tarso Meyer, Engenheiro agrônomo e presidente do Sindicato dos Produtores de Caju do Ceará (Sincaju), publicado no Jornal O Povo, de 28/4/2012)
O Ceará exporta 130 milhões de dólares, em média, de amêndoas de castanha de caju, um dos produtos mais importantes da nossa pauta de exportações. A cajucultura emprega, desde a lavoura até o beneficiamento industrial, em torno de 150 mil pessoas. 
A safra processada em anos regulares, incluindo as compras do produto efetuadas em outros estados, não abastece com suficiência o suporte de processamento das indústrias locais, gerando dificuldades operacionais para essas empresas.
A expectativa de safra poderá ficar acima da média na eventual possibilidade de ainda ocorrerem precipitações até o fim da estação chuvosa. Para suprir a possibilidade de escassez, as indústrias cearenses recorrem à importação da castanha em outros países produtores suprindo sua capacidade de beneficiamento.
O Sindicato dos Produtores de Caju do Ceará (Sincaju) tem ofertado às autoridades iniciativas focadas nas seguintes medidas: a) aprovação e a liberação de recursos do Funcaju que teve sua constitucionalidade aprovada pelo Senado. Enquanto o Funcacau usado no combate à vassoura de bruxa na Bahia e o Funcafé, para as áreas produtoras, estão devidamente legitimados e regularizados, o Funcaju clama por esforço político para sua total viabilização; b) Com o Funcaju, os pomares poderiam ser modernizados, no tocante a uma sistemática assistência técnica, à massificação de tecnologias desenvolvidas pelos órgãos de pesquisa e com sustentação de crédito rural subsidiado.
Hoje os pomares estão praticamente abandonados, fato recorrente nos últimos 30 anos. Ocorre que essa amêndoa é a noz mais cara e de maior demanda no mundo, e nós, que já ocupamos a primeira posição entre os produtores com a Índia, hoje estamos numa situação vexatória, com pomares envelhecidos e com baixíssima produtividade, com utilização mínima de tecnologias adequadas.
Reconheçamos o esforço dos deputados estaduais Hermínio Resende e Manoel Duca, presidente da Comissão de Agropecuária e da Subcomissão Cajucultura da Assembleia Legislativa do Ceará, respectivamente, aliados à determinação e ao compromisso dos idealizadores chefe do Poder Legislativo, deputado Roberto Claúdio, e chefe do Poder Executivo, governador Cid Gomes. Estamos convictos de que a cajucultura ressurgirá forte e assumirá seu importante papel na vida econômica e social do Estado do Ceará.

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