Produtores de castanha de caju do RN reclamam da falta de políticas públicas no setor

A cajucultura é uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Norte. A castanha é o produto que lidera o ranking de exportações. No entanto o setor está em crise, apesar da boa safra desse ano. O preço do quilo, segundo os produtores está bem abaixo do ideal.
- O preço hoje está em torno de R$ 1,05 a R$ 1,10, é o que a indústria quer pagar a nós produtores – conta Elano Ferreira,produtor.
O problema começou a se agravar na safra do ano passado e este ano, segundo eles, chegou ao pior momento dos últimos 20 anos. Vários motivos vem causando o declínio da atividade
- Os pomares se encontram numa idade em torno de 30 a 40 anos, em que a sua produtividade já baixa, já é muito baixa. Então é necessário trazer para o campo, as novas tecnologias que tem aí disponível, só que a tecnologia quando chega até nós é de maneira muito pequena e que não traz um impacto decisivo para a nossa atividade – analisa o produtor,Fernando Melo.
As regiões conhecidas como médio e alto oeste do Rio Grande do Norte produzem, atualmente, cerca de 30 mil toneladas de castanha por ano, metade do que se produz no estado. mas com a crise cerca de 4 mil produtores se dizem desestimulados com a atividade.
- Devido nós termos um alto custo, nessa questão de podar e limpar fica muito alto o custo dele e o nosso preço da castanha está tão baixo que estamos desestimulados para essa questão – diz Benedito Ferreira,produtor.
A crise preocupa a economia de 12 cidades produtoras. Nelas, mais de 3 mil pessoas dependem da castanha durante os 4 meses de safra
- A necessidade da implantação de uma política pública que dê sustentação ao nosso setor da cajucultura. Além de hoje estarmos em situação difícil, outras pessoas em toda a região poderão ficar desempregadas com o declínio dessa atividade - conta João melo,produtor.
Por causa dos custos muitos nem colheram parte da produção que ainda está no chão. Uma das alternativas seria a mudança dos cajueiros antigos pelo anão precoce. Seu francisco já vai tentar isso no próximo ano, mas ainda falta orientação técnica
- Comprei uns saquinhos e estou enchendo pra pode replantar eles. Se tivesse assistência técnica era melhor pra gente que não teria esse trabalho todo, seria um negócio diferente, mais seguro – relata Francisco de Paiva, produtor.
Tecnologia no campo para poder produzir mais e ser mais competitivo é o que eles pretendem continuar buscando
- Com o preço atual da castanha não dá nem para manter a propriedade,nem para manter a nossa família com dignidade. Então nós queremos que o governo chegue com essa tecnologia pra nós, não é concebível o Brasil ser a pátria mãe da cajucultura e o Vietnã hoje produzir dois mil quilos por hectare, enquanto que o nós estamos beirando só 100 por hectare – analisa Elano Ferreira, produtor. (in360)

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