Codesvasf participa da 8ª edição do Caju Nordeste

A Codevasf  participa do 8º CAJU NORDESTE, que acontecerá na cidade de Beberibe (CE), no período de 23 a 26 de novembro de 2011. A empresa trará ao Ceará informações acerca do trabalho realizado no Piauí no que concerne ao desenvolvimento do setor da cajucultura. Desde 2003, a Codevasf desenvolve o programa de fortalecimento da cajucultura no Estado do Piauí. Inicialmente as ações estiveram focadas no estudo das potencialidades existentes nos diversos territórios analisados pelo Plano de Ação para o Desenvolvimento do Vale do Parnaíba – PLANAP (2004-2007), que possibilitou identificar a grande aptidão que a maioria dos municípios piauienses possui para a cajucultura. Esses dados foram reforçados e comprovados pelos estudos do zoneamento pedoclimático da EMBRAPA, que identifica esse potencial no Piauí em quase sua totalidade. A partir desses elementos tornou-se possível a execução de um programa de fortalecimento da cajucultura que elegeu como prioridade o aumento das áreas de plantio através do fornecimento de mudas certificadas de origem, com a utilização de um clone de comprovada precocidade, rusticidade e índices produtivos elevados, o CCP-076, desenvolvido pela EMBRAPA.
A microrregião de Picos, a 300 km de Teresina já se destacava como grande pólo de produção de mudas. Outro fator importante foi o grau de organização desses produtores, fazendo com que a atividade se consolidasse mais rapidamente, existindo inclusive uma Associação de Produtores de Sementes e Mudas que possibilitou alavancar as ações em menor período. A partir da destinação orçamentária de emendas parlamentares, a Codevasf passou a implementar efetivamente o Programa de Desenvolvimento da Cajucultura, não se tratando simplesmente de uma ação de distribuição de mudas a pequenos produtores; o programa vai além, com uma metodologia que contempla o cadastro de famílias, a avaliação técnica e sócio-econômica desses cadastros, a seleção e posterior fornecimento das mudas a quem de fato tem características e aptidão para a atividade. Isso fez com que diminuíssem as perdas no intervalo entre o fornecimento das mudas e o plantio, pois, as famílias selecionadas possuem área disponível e aptidão para a atividade. Com a experiência das ações, desde 2003, o programa foi sendo melhorado a cada ano, passando a ter acompanhamento pós-plantio, o que possibilitou também avaliar de forma mais precisa o resultado da ação.
Após sete anos de ações do Programa de Fortalecimento da Cajucultura no Estado do Piauí, já foram investidos cerca de 15 milhões de reais no cadastro, seleção e fornecimento de mudas. Isso representa um aporte de cerca de 13 mil hectares, atendendo mais de 20 mil famílias com uma média de 330 mudas por família beneficiada. Esses dados demonstram que de forma geral o programa está atendendo o pequeno produtor, e esses agricultores, em especial aqueles que já desenvolvem seus plantios há mais de dois anos já começam a colher o resultado do trabalho.
Atualmente, pode-se considerar que a cajucultura é uma atividade já consolidada no Estado do Piauí, abrangendo cerca de 183 mil hectares, concentrados principalmente na região sudeste do estado, no território do Vale do Rio Guaribas, localizado na microrregião de Picos. Essa região se destaca não somente pela área plantada, mas também pelo aspecto qualitativo dos pomares, em sua maioria composta de plantas do tipo CCP-076, com alta produtividade e resistência. Já ocorre, inclusive, o fortalecimento dos demais elos da cadeia, a exemplo das unidades de processamento do pedúnculo, que se multiplicam na região. Hoje o pequeno produtor comercializa a castanha — que era o principal produto da atividade —, diversifica e tem na venda do pedúnculo o mais forte retorno econômico. Um pequeno cajucultor consegue fornecer à indústria de sucos e polpa, em média 20 caixas/dia de pedúnculo, durante cinco meses do ano, o que lhe garante uma renda mensal de aproximadamente R$ 4.200,00 praticamente livres de despesas, pois seus custos fixos são cobertos na venda da castanha.

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