Falta castanha (2)

Obedecendo - à risca - a dinâmica de mercado de oferta e procura, o quilo da castanha de caju ‘in natura’ no Rio GRande do Norte saltou da faixa de  R$ 2,09 para até R$ 3,50, o quilo. O que inviabiliza o trabalho de centenas de mini-indústrias de beneficiamento de castanha familiares. Em Serra do Mel, das 200 fabriquetas, segundo José Roberval de Lima, somente 120 se mantém em funcionamento, “ainda assim operando com a capacidade reduzida, devido à falta da castanha”. 
O preço médio de R$ 11,00, por quilo da amêndoa de castanha de caju, praticado no ano passado, impulsionou o valor no mercado interno à medida que a castanha foi rareando no  campo. Atualmente, a média chega a R$ 22,00, por quilo.
O parque industrial no Estado, explica o secretário adjunto de agricultura e pesca Simplício Holanda, tem capacidade de processamento 75 mil toneladas de castanha de caju. Mesmo  com a safra em equilíbrio, o total processado é em torno de 50 mil toneladas. Em 2009, foram 48 mil toneladas. “O déficit – em torno de 20 mil toneladas - em anos normais vem sendo complementada pela produção trazida dos estados do Piauí, Maranhão e Bahia”.
Com a queda sofrida no ano passado, ressalta Simplício Holanda, o Rio Grande do Norte  não está conseguindo competir no mercado externo.  “O quilo da castanha  in natura a US$ 2.00, é a maior  faixa de preço registrada nos últimos 30 anos, no mercado externo”, avalia o secretário adjunto. As três maiores empresas de exportação do Nordeste, segundo ele, estão importando da África, China e outros países ao preço de R$ 0,90, o quilo da castanha.
Mas a perspectiva é que o cenário melhore a partir de setembro, com o início da colheita 2011/2012. As boas chuvas que estão caindo este ano trazem uma previsão favorável para o mercado, analisa o  José Roberval de Lima, da Emater.
“Esperamos que a partir do segundo semestre, com a maior oferta, o preço comece a cair e estabilizar o mercado. Por ora, não temos como mensurar as perdas”, afirma.
A estimativa de produtividade para a safra 2011/2012 é de 400 mil quilos por hectare, o que sugere uma produção superior a 30 mil toneladas. O maior produtor, o município de Serra do Mel, deve ter uma safra de 12 mil toneladas.(Tribuna do Norte)

Comentários

Anônimo disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Vitor Oliveira disse…
Este comentário foi removido pelo autor.