Entraves da cajucultura no Ceará

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju), Lúcio Carneiro, os maiores entraves enfrentados no momento pela cajucultura no Ceará, considerando o cenário macroeconômico, são o câmbio, o sistema de tributação e a política salarial vigente. “Esses componentes apontam para a situação triste na qual se encontram as indústrias beneficiadoras. Temos um custo alto na área do processamento da matéria-prima e uma conjuntura contrária ao segmento. Necessitamos de desoneração fiscal e das reformas previdenciária e trabalhista, que não saem”, ressalta Lúcio Carneiro.
No contexto da economia local, o empresário diz que o setor enfrenta outros graves problemas, como carência de investimento em inovação tecnológica, falta de verba e realização de diagnósticos paliativos. “A área onde é viável a substituição de copas dos cajueiros não ultrapassa 30% do total de hectares plantados. Isso não resolve o problema dos nossos pomares. Mas, mesmo assim, a promessa de verba para esse projeto é tão tímida que levaríamos cem anos para substituir todas as copas”, ressalta Lúcio Carneiro, que enxerga a redenção da cajucultura a partir da implantação de novas tecnologias, a exemplo do plantio de mudas de cajueiro anão precoce. “Mas será que haverá verba para isso? Existem efetivamente interessados em investir na cultura do caju, diante de tantos pontos contrários?”, questiona.
O presidente do Sindicaju afirma que para o setor industrial, a curto prazo, só existem duas alternativas: ou o governo federal permite a importação de matéria-prima em pequeno espaço de tempo, gerando uma oferta permanente e em grande quantidade para suprir a capacidade do parque, ou efetiva a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), reservando nela uma área para plantas de empresas beneficiadoras de castanha de caju que quiserem se transferir para o local. Tais iniciativas devem estar associadas ao apoio aos produtores para implementar novas tecnologias. A médio prazo, Lúcio Carneiro defende o reforço do plantio nacional, com ajuda aos microprodutores.

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