Cientistas brasileiros transformam a casca da castanha de caju em biocombustível

Os cajueiros são parte da cultura no nordeste do Brasil. Alimentam a indústria e movimentam a economia local. Mas também são grandes geradores de resíduos. Pesquisadores da Universidade de Fortaleza perceberam que a casca de castanha de caju descartada pela indústria esgotava a vida útil dos aterros sanitarios. Eles enviaram amostras do material para a Universidade de Campinas e depois de 4 anos de pesquisas, o que era lixo virou energia. "Existe uma grande quantidade de energia nessas biomassas. Os nosso estudos são voltados para isso, para ver quanto de energia posso retirar dessas biomassas." - afirma Flávio Bueno Figueiredo, Doutor em Engenharia Mecânica da Unicamp.
No laboratário de Campinas, a casca da castanha de caju é triturada até virar pó e depois colocada em um reator, que atinje temperaturas de 900 graus celsius. O resultado da queima do material é um gás combustível parecido com o gás natural veicular, o CNV.
"A casca de castanha de caju, por ser um resíduo de processo, seria descartada em aterro sanitário, gerando CO2, CO e CH4 que estariam soltos no ambiente, poluindo o ar. Nos processos que utilizamos, pegamos esses gases que ainda são combustíveis e os utilizamos em um novo processo, gerando energia ou armazenando esses gases individualmente para ser usados em outra situação."
Na produção do gás da casca de castanha de caju, são gerados carvão e alcatrão. Os pesquisadores agora trabalham no aproveitamento desses materiais para abastecer carros de passeio ou gerar energia elétrica. Na Universidade, os testes já estão concluídos. Falta agora atrair o interesse da indústria para que o gás da castanha saia do laboratório e chegue às ruas.
"A produção de energia não é tão complicada. É fácil e não é tão cara. Não é necessário queimar petróleo o tempo todo para gerar energia. Existem outros meios próximos da gente gerar energia, basta pesquisar", completa Flávio Figueiredo.


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