Indústria do Ceará invade a África

Mexem-se os industriais beneficiadores e exportadores cearenses de castanha de caju. E o fazem na direção da África, onde sobra matéria-prima e falta indústria para agregar valor ao saboroso fruto da anarcadium occidentale, nome cientifico do cajueiro. A indústria do Ceará, que lidera no Brasil o beneficiamento e a exportação da amêndoa, está ameaçada pela do asiático Vietnam, que, em apenas 20 anos, se tornou o maior produtor e o maior exportador mundial de castanha de caju. Qual é a estratégia? De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Caju do Ceará, Antonio Lúcio Carneiro, a ideia é implantar, até o fim do primeiro semestre de 2010, em Acra, capital de Gana, uma planta industrial para processar 30 mil toneladas/ano de amêndoas. Antes disso, será instalado na capital ganesa um escritório comercial que comprará castanha dos países africanos produtores - Gana, Costa do Marfim e Nigéria. Essa castanha será exportada para o Ceará, onde será beneficiada e, em seguida, mandada de volta ao escritório de Acra, que a exportará para os clientes cearenses da Europa e dos Estados Unidos. Essa operação tem o nome de "draw back"."Ao mesmo tempo em que processaremos 30 mil toneladas anuais de amêndoas em nossa fábrica de Gana, acessaremos um mercado produtor de 800 mil toneladas. A nossa operação em Gana terá, lá mesmo, os mínimos cuidados fitossanitários, garantindo a qualidade da matéria-prima que receberemos e processaremos aqui", faz questão de frisar Lúcio Carneiro. (Fonte: Diário do Nordeste)

Comentários