Castanha de caju: retração no consumo

O principal problema da indústria de processamento da castanha de caju no Ceará hoje é com o consumo dos países importadores. O câmbio, já há alguns meses acima dos R$ 2, favorece as exportações do produto, mas faltam compradores. No período de maior movimento, outubro e novembro, o mercado externo praticamente parou de importar. "As vendas diminuíram consideravelmente. É uma coisa atípica", diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Processamento da Castanha de Caju (Sindicaju), Antonio José Gomes Teixeira de Carvalho. Segundo ele, atualmente as empresas estão comprando matéria-prima, processando e estocando. "As empresas estão superabastecidas mas sem vendas", completa, ressaltando que não sabe até quando essa situação se mantém porque daqui a pouco, em plena safra, as empresas não terão mais espaço. Ele adianta que os importadores estão preferindo reduzir os estoques para gerar caixa (dinheiro). Os dois principais compradores da castanha brasileira, que tem o Ceará como maior produtor e exportador no Brasil, são os Estados Unidos - foco principal da crise - e os países da Europa também muito afetados. Antonio José descarta a possibilidade de vender a produção no País. "O mercado interno não absorve nem 30% do que é produzido aqui", avalia. Sobre a cotação do dólar diz que é difícil prever qualquer coisa no momento por causa da volatilidade. "A gente imagina que o dólar fique sempre acima dos R$ 2, R$ 2,10, o que é para o setor mas a preocupação hoje é com o consumo", conclui. (Fonte: Jornal O Povo)

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